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sábado, 7 de maio de 2011

O lixo como fonte de renda

Embora o Brasil seja recordista mundial em reciclagem de latinhas de alumínios, tem apenas 2% de seu lixo coletado de forma seletiva. Os dados, baseados em uma pesquisa realizada em 2000 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), apontam que nesse período, das 228.413 toneladas de lixo coletadas diariamente no Brasil, apenas pouco mais de 4 mil, ou seja 1,9% do total, passam por uma seleção antes de chegar ao destino final. O que nos faz concluir que a reciclagem do lixo está diretamente ligada à economia brasileira, já que é a fonte de sustento de muitas famílias, e passa longe de atingir a conscientização das pessoas quanto à preservação do meio ambiente. Catar e vender latinhas de alumínio tem se mostrado uma prática corriqueira entre as famílias de baixa renda. A tarefa, muitas vezes, envolve toda a família – principalmente as crianças, que recolhem o material dos lixos domiciliares ou pedem em estabelecimentos comerciais. Também se incluem as garrafas pet, papel, papelão e vidros, cujo montante é vendido posteriormente. Por outro lado, alguns materiais “menos lucrativos” são descartados por essa população, como as carcaças de pneus, por exemplo, que demoram muito tempo para se decompor e ficam amontoados em terrenos baldios ou à beira de estradas correndo sérios riscos de incêndio, além do risco à saúde pública e
ao meio ambiente.
É preciso que a população tenha conhecimento de que a coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta, prolonga a vida útil dos aterros sanitários e deixa nosso meio ambiente menos contaminado. Mas isso só será possível com a participação de toda a sociedade: a educação nas escolas, a implementação de políticas públicas e o apoio da iniciativa privada.
Lixo

O lixo é uma fonte de riquezas. As indústrias de reciclagem produzem papéis, folhas de alumínio, lâminas de borracha, fibras e energia elétrica, gerada com a combustão.
No Brasil, a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia.
O Brasil é considerado um grande "reciclador" de alumínio, mas ainda reaproveita pouco os vidros, o plástico, as latas de ferro e os pneus que consome.
A cidade de São Paulo produz mais de 12.000 toneladas de lixo por dia, com este lixo, em uma semana dá para encher um estádio para 80.000 pessoas.
Se toda água do planeta coubesse em um litro, a água doce corresponderia a uma colher de chá.
Somente 37% do papel de escritório é realmente reciclado, o resto é queimado. Por outro lado, cerca de 60% do papel ondulado é reciclado no Brasil.
Um litro de óleo combustível usado pode contaminar 1.000.000 de litros de água.
Menos de 50% de produção nacional de papel ondulado ou papelão é reciclado atualmente, o que corresponde a cerca de 720 mil toneladas de papel ondulado. O restante é jogado fora ou inutilizado.
Pesquisas indicam que cada ser humano produz, em média, um pouco mais de 1 quilo de lixo por dia. Atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é de aproximadamente 400 milhões de toneladas.
Perfil do lixo produzido nas grandes cidades brasileiras:

1. 39%: papel e papelão
2. 16%: metais ferrosos
3. 15%: vidro
4. 8%: rejeito
5. 7%: plástico filme
6. 2%: embalagens longa vida
7. 1%: alumínio
Perigos

Crianças e adolescentes que trabalham no lixo estão expostos a uma série de doenças que seriam facilmente evitadas.
Por lidar com restos de comida, cacos de vidro, ferros retorcidos, plásticos pontiagudos e despejos com resíduos químicos, essas crianças sofrem de diarréias, tétano, febre tifóide, tuberculose, doenças gástricas e leptospirose.
Nos resíduos sólidos, os microorganismos causadores de doenças sobrevivem por dias e até meses.
Em todo o Brasil, a falta de saneamento, a ausência na maioria dos municípios de coleta de lixo de qualidade e a convivência direta com o lixo fazem surgir epidemias.
A dengue é um exemplo. Em 1982, o País registrou 12 mil casos da doença. Todos na Região Norte. Em 1998, foram mais de 527 mil casos espalhados por todo o Brasil.
A cólera também ressurgiu com força nos anos 90. Em 1991, foram 2,1 mil casos confirmados da doença. Em 1994, o País chegou a ter 51,3 mil pessoas infectadas com o vibrião colérico.
A febre tifóide, causada pelo consumo de carne de porco contaminada, está em declínio no Brasil. Mas o País registra mais de mil casos por ano da doença. Nos lixões, é comum ver famílias morando ao lado de chiqueiros, onde criam porcos. Esses animais são alimentados com os restos de comida trazidos do lixo.
*Fonte: Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde.
Índices da Reciclagem

Capitais em que há catadores nos lixões: 37,4%
Cidades com mais de 50 mil habitantes: 68,18%
Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%
Nas ruas
Capitais em que há catadores nas ruas: 66,67%
Cidades com mais de 50 mil habitantes: 63,64%
Cidades com menos de 50 mil habitantes: 31,67%
Lixões
Capitais com lixões: 25,93%
Cidades com mais de 50 mil habitantes (excluídas as capitais): 72,73%
Cidades com menos de 50 mil habitantes: 66,67%
Fonte: Pesquisa Água e Vida/Unicef

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